Quem sou eu

Eu sou apenas uma rapariga sonhadora.Os meus sonhos são a fonte de alegria que alimenta a minha vida.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Redescobrir-te


Hoje senti-me profundamente triste, nem sei bem porquê, foi como se uma onda de tristeza me atingisse. Pouco depois soube porquê, ao sair da aula liguei o meu telemóvel e vi que a minha mãe me tinha tentado ligar muitas vezes e como eu não atendi, ela deixou-me uma mensagem "Quando chegares a casa aquece o teu jantar, eu não vou estar em casa. O teu avô teve um ataque cardiaco e eu estou a ir com ele para o hospital. " Nem dizer como me senti triste...talvez, mas mais do que isso senti que me tinham tirado o ar e o chão, tudo ao mesmo tempo.
Nem sei como consegui chegar à rua e telefonar à minha mãe, ela demorou a atender o que me deixou ainda mais ansiosa e preocupada. Quando finalmente atendeu tentou tranquilizar-me mas em vão, só a ideia de o meu avô estar no hospital me deixa mal. Agora entendi a razão pela qual me senti tão triste sem motivo, afinal nao inha sido sem motivo, o meu avô estava mal e eu senti, só não sabia que era por ele que eu estava assim.
Precisava de estar sozinha, de estar só comigo, embora as minhas amigas fossem muito queridas mas eu agora precisava de estar sozinha a ouvir o silencio, como o meu avô me ensinara. Então corri e só parei quando me encontrei sozinha.
Ouvi a campaínha mas não fui para a aula , não era capaz de pensar em mais nada a não ser no meu avô numa cama de hospital ligado a umas máquinas quaisquer. sentia as lágrimas a correr-me pelo rosto abaixo , mesmo contra a minha vontade mas não as conseguia evitar.
Senti alguém a aproximar-se, mas nem sequer me dei ao trabalho de olhar, devia ser um estúpido qualquer com vontade de gozar, e de facto era-o. Era o Miguel. O que ele quereria? Eu não tinha nada para falar com ele, nem ele para falar comigo. Vinha de certeza para gozar.
Assim que chegou, começou a gozar por saber que eu tinha faltado à aula, mas assim que eu levantei o rosto e ele viu que eu estava a chorar, mudou de expressão, de um modo tão repentino que me surpreendeu.
Mas a conversa que tivemos a seguir ainda me surpreendeu mais, ele estava preocupado comigo!!??!!
Eu já o conhecia à algum tempo e ele nunca se tinha mostrado assim tão querido como estava a ser comigo agora. Desabafei com ele, detei para fora tudo o que me preocupava e ele ouviu tudo sem nunca reclamar e ainda insistiu para ir comigo até ao hospital, quando as aulas acabassem.
E quando saí da sala à última hora da noite, ele estava lá, à porta da minha sala e foi comigo até o hospital. Eu não conseguia falar, estava demasiado triste para isso e ele respeitou isso e também não disse nada apenas seguiu-me.
Quando cheguei à porta do quarto do meu avô parei e olhei para trás mas ele já não estava lá, deve ter ido para casa. Embora tenha sentido que precisava do apoio dele, sabia que ele já tinha feito muito por mim num só dia. E agora era altura de enfrentar o meu problema sozinha.
O meu coração partiu-se ao ver o meu avô ali, de olhos fechados e pior ainda quando vi o sofrimento da minha avó, este sofrimente estava acompanhado por um choro muito sentido. Sei que fiquei lá um bom bocado de tempo até a minha mãe ter vindo de falar com o médico, não faço ideia de quanto.
Só há uma coisa que me preocupa:"Como terá ido o Miguel para casa?"

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